terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Reviver

         Sinto me tão pequena, quer dizer eu sou tão pequena, tenho falta de palavras, gestos, sentimentos Reais, só há sonhos, promessas, memorias, palavras não ditas. Tenho dores a toda a hora no coração, tenho medo cada vez que me ligam, me mando mensagens, tenho medo de perder o que me resta, tenho medo que a minha vontade de morrer ultrapasse o meu medo de o fazer, sinto um peso nos ombros de culpa do que nunca fiz, na cabeça tenho os porquês, no coração a magoa, na cara um triste sorriso, nos olhos as lágrimas, o corpo não mexe, para, espera mas não alcança, estou tão frágil, sinto me tão morta, sinto me doente, mas doente não estou, quero ir, fugir, começar num novo lugar, um lugar em que possa acreditar que há algo mais para alem de lágrimas, mentiras, traição e preconceitos. Estou tão triste, tão morta, tão vazia, tão, tão… estou farta de mostrar a minha parte forte, aquela que não passa de um manto para toda a minha tristeza, para todas as lágrimas, antes era diferente, sentia-me diferente com o que me diziam ou faziam, agora, essas palavras já não existem, já não há nada para lá da memoria de um sorriso feliz, uns olhos brilhantes a pedirem para mais, um coração cheio de sentimentos bonitos, um corpo que andava, andava e andava e nunca se cansava, podia não alcançar, mas tentava e tentava ate conseguir, de uma cabeça com pensamentos pintados com todas as cores do mundo, tenho saudades dos meus amigos que estavam a meu lado e diziam que seria para sempre, me amavam e nunca se cansavam de ouvir, os sempre já foram riscados do dicionário da minha vida, agora só uso o sempre e o nunca para uma única frase “o nunca sempre acontece e o sempre nunca permanece”, o meu presente não passa de uma falsidade, de uma mentira, de um sonho, de tentativas, de choros, eu não passo de uma pequena criança indefesa, desconfiada e sem esperanças que tudo melhore. 
         Era tudo tão bonito, uma coisa tão bela mas correu depressa e mal podemos aproveitar. Não teve aviso prévio e de um momento para outro senti que já não podia dizer nem fazer certas coisas. E a magia acabou tudo se foi e o choro voltou. A lembrança se guardou e ainda hoje permanece na memoria, todas aquelas brincadeiras, aquelas invenções, aquelas palavras, tudo aquilo que fiz, Tudo mesmo trás uma recordação e ainda hoje choro com saudades desses tempos. Esses tempos que não voltam. A verdade é que se cresce e não se pode fazer certas coisas mas tenho saudades daqueles momentinhos de riso sem parar, aquelas brincadeiras parolas, aquelas traquinices, aquela gente, aquela inocência… Que saudades. Ter tudo à nossa frente e não poder usufruir disso, dá ainda mais saudades, quero pelo menos tirar um bocadinho da minha memoria e voltar a viver tudo aquilo.
          Todas as noites me vem à memoria esses tempos e já nada é igual nem mesmo os amigos, certas coisas se mantiveram e essas vou sempre as preservar porque na minha memoria esta sempre e com uma vontade enorme eu digo que quero reviver tudo novamente da minha Infância.



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